sábado, 5 de junho de 2010

O Rio não tem lugar para a bossa nova


Carlos Lyra não olha para trás, mas olha para os lados. Ao lançar CD novo, vê que sua cidade perde muito ao deixar de capitalizar com a música que ele ajudou a inventar.
É difícil não respirar bossa nova ali no n.º 103 da Rua Nascimento Silva. Quatro quadras à esquerda e já se vê o restaurante Garota de Ipanema, com turistas tocando a mesa que sustentava os uísques e as inspirações em guardanapos de Tom Jobim. Alguns metros à direita e lá está a Vinicius de Moraes, rua das placas e esquinas mais fotografadas do Rio de Janeiro. Um dos pais do ritmo vive ali a pensar, com charutos e ideias nada comuns. Carlos Lyra não se prende a datas. Só Minha Namorada, que fez com Vinicius de Moraes, tem 47 anos. Com pavor das correntes que a bossa pode se tornar em seus tornozelos, Lyra finaliza um CD com lundus, marchas, maxixes e outros sons do início do século 19 que fez para o musical Era no Tempo do Rei, baseado em livro de Ruy Castro, ainda sem previsão de estreia em São Paulo. O disco traz 19 inéditas, incluindo a sua primeira parceria com Aldir Blanc (leia ao lado). Lyra recebeu o Estado em seu apartamento, na tal Rua Nascimento Silva que, simbolicamente, como seu morador, fica ali entre a Rua Vinicius de Moraes e os chopes do velho Garota de Ipanema.

Leia íntegra da entrevista ao Estadão Online

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