terça-feira, 18 de maio de 2010

Rolling Stones reeditam sua obra prima "Exile on Main Street"

Em um dos momentos mais turbulentos de sua agitada história, em meados de 1971 os Rolling Stones se refugiaram em uma casa do sul da França para criar sua obra prima, "Exile on Main Street", um álbum duplo que volta a ser publicado agora com dez músicas inéditas.

Os Stones tinham fugido do Reino Unido acossados pelo fisco e encontraram abrigo em "Nellcôte", uma vila alugada pelo guitarrista Keith Richards em Villefranche-sur-Mer (Costa Azul). Na época Richards passava por um de seus períodos de maior dependência da heroína.

Não eram as melhores condições para começar seu décimo álbum de estúdio, mas as canções adicionais incluídas na edição especial do disco, cuja versão remasterizada começa a ser vendida hoje, demonstravam a fecundidade daquelas sessões de gravação.

Músicas como "Pass the wine (Sophia Loren)", "Dancing in the light" e "Good time women" não destoam em nada com as 18 canções originalmente publicadas em "Exile on Main Street" de 1972.

Entre as dez canções novas, encontradas durante o processo de reedição do álbum, estão versões alternativas de "Soul survivor" e "Loving cup", incluídas na edição original do disco.

Mick Jagger chegou a opinar que talvez "Exile on Main Street" fosse supervalorizado, mas o disco mais longo da extensa carreira dos Stones é também o mais apreciado pela crítica e presença constante nas classificações dos melhores álbuns da história.

O sucesso do disco duplo foi imediato e o álbum estreou no topo das paradas, impulsionado pelo single "Tumbling dice".

A essência de "Exile on Main Street" foi destilada durante as longas noites em que os Stones passaram tocando no porão da casa francesa de Keith Richards, misturando rock com blues, country e gospel.

O produtor Jimmy Miller, que tinha trabalhado nos discos anteriores do grupo, acompanhou Jagger e Richards nestas sessões, ao lado do então segundo guitarrista do grupo, Mick Taylor, do bateirista Charlie Watts e do baixista Bill Wyman.

O baixista era o mais reticente de todos com aquele sistema de trabalho e, na realidade, participou só de algumas das sessões noturnas, às que se uniram o pianista Nicky Hopkins e o saxofonista Bobby Keys.

Após os dias na Costa Azul, "Exile in Main Street" foi finalizado em Los Angeles e Nova York, com Miller, Jagger, Richards e Don Was como produtores.

Quase três décadas depois do seu lançamento, o álbum mantém todo seu poder como crônica de um período tumultuado, o que separou as décadas de 1960 e 1970.

O disco segue oferecendo, além disso, a leitura do diário de um grupo de músicos que tratava de resistir ao temporal que arrasava suas vidas nesse momento agarrando-se no mastro do rock and roll.

A publicação desta reedição coincide com a estreia de um documentário que reconstrói a gravação do álbum lendário e que Mick Jagger deve apresentar esta semana no Festival de Cannes.


Fonte: UOL Música

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